quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Entrevista com Oscar Filho

A Equipe Podcast continua em sua incansável jornada para entrevistar todos os CQCs. O personagem da vez é Oscar Filho. Sim, crianças de todo o Brasil, entrevistamos o Pequeno Pônei.

Falar da vida dele para seus fãs, que estão lendo essa entrevista, é complicado, porque vocês já sabem tudo, mas vamos lá. Oscar é ator formado pelo INDAC, em 2003. No ano seguinte, concorreu ao Prêmio Coca-Cola de Teatro. Um ano depois, decidiu entrar no mundo da comédia de cara limpa, com o Clube de Comédia Stand-up. Hoje, além do stand-up, ele apresenta um certo programa nas noites de segunda-feira.

Oscar, muito simpático e solícito com o Podcast, falou sobre o que pode virar humor, como entrou no CQC e... TCHARAM! Perguntamos qual a altura do Pequeno Pônei. A resposta, você confere abaixo.

Obrigado, mais uma vez, Oscar.

Podcast: Existe limite para o humor? Ou tudo pode virar piada?

Oscar:
Eu acredito que muitas coisas podem virar piada, quase todas. Só é preciso ter bom senso na hora de transformar um assunto em piada. Essa é a minha visão e eu não tento fazer piada com tragédias, por exemplo. Se bem que a nossa política é uma tragédia, eu sacaneio de vez em quando.

Podcast: Pergunta clichê que não pode faltar: Como você foi selecionado para o CQC?

Oscar:
Um ano antes de entrarem em contato comigo, o Diego Barredo viu um vídeo meu na Argentina através do Youtube. Então, ele foi me assistir no bar onde eu estou em cartaz e me chamou pra fazer o teste em outubro de 2007. Os testes foram difíceis, eu fui mal pra caramba com pautas ruins e eu fui o último a ser chamado para o programa. Cerca de 2 semanas antes de começar, fevereiro de 2008. Já tinha desistido.

Podcast: Como são divididas as pautas entre os repórteres do CQC?

Oscar:
Puxa, isso eu não sei. Não sei se tem um critério específico, mas deve ter. Geralmente o Felipe fica com o esporte, o Rafael com política, o Danilo com coisas bizarras e eu com eventos variados e pautas impossíveis. Costumo dizer que as minhas matérias são como "parir uma bigorna". Eu nunca estou satisfeito. Sou muito perfeccionista.

Podcast: O humorista tem que ter cara-de-pau? Você já utilizou essa artimanha fora dos palcos? Em que situações?

Oscar:
Opa! O humorista tem que ter essa qualidade. Já usei sim! Sempre uso pra baratear o custo das coisas. Já pechinchei até táxi no Rio de Janeiro. Percebi que o cara tava tentando me enrolar e, no final, eu consegui sair por cima. Peguei muito ônibus de graça falando pro motorista: "Vixe, esse ônibus vinha pra Santana? Putz, me ferrei!" Descia com cara de "vou ter que voltar tudo outra vez", mas era exatamente onde eu tinha que estar.

Podcast: Antes do stand-up, você já atuava. Quando e como você descobriu que poderia viver do humor?

Oscar:
Eu faço teatro desde os 13 anos. Em 2000, eu vim pra São Paulo pra me formar como ator, o que aconteceu em 2003. Por uma ausência de racionalidade dos jurados, fui indicado para um prêmio de melhor ator por um espetáculo musical infantil. Fiz montagens sérias como 'As Bruxas de Salém', do Arthur Miller, e 'A Serpente', do Nelson Rodrigues. Essa última ficou 2 meses em cartaz. Sucesso total. Viver do humor foi muito natural. Comecei a fazer humor de verdade num grupo chamado OsCretinos logo depois que eu me formei. Escrevia muitas cenas coletivas. Senti necessidade de escrever coisas só pra mim. Ajudei a fundar o Clube da Comédia e as coisas foram acontecendo. Consegui juntar a fome com a vontade de comer sem querer. É muito louco fazer um evento, por exemplo. É como se o cara dissesse: "Vem me fazer rir. Eu vou te pagar pra isso."

Podcast: O que é pior: contar uma piada e ninguém rir ou ter que explicá-la?

Oscar:
É quase a mesma coisa. Se eu escrevo uma piada, é porque eu acho engraçada. Se não riram, talvez não tenham entendido. Mas todas as vezes que uma piada não deu certo, a culpa era minha. Acho que sempre é, na verdade. Isso sempre acontece quando você vai estrear um texto novo.

Podcast: Quando a platéia não ri, o que você faz? No stand-up, por não ter texto, rigidamente, pronto, é mais fácil para contornar esse tipo de situação?

Oscar: Numa peça é muito mais fácil continuar justamente porque não tem que improvisar muito. É só continuar contando a história. No stand-up, se você não tiver o feeling do que a platéia tá curtindo, talvez não consiga contornar a situação. Quando isso acontece comigo, eu prefiro assumir. Fica até mais engraçado porque é mais humano.

Podcast: Já que o Paes furou o convite pra praia, por que você não chama o Babenco e o Paulo Betti pra pegar umas ondas e curtir a amizade de vocês três?


Oscar:
Heheheeh. Eu não. Acho que eles aproveitariam pra me afogar.

Podcast: A pergunta que não quer calar: Qual a altura do pequeno Pônei? Aproveita que essa entrevista não é ao vivo para usar sua criatividade.


Oscar:
A altura do Pequeno Pônei original deve ser uns 12 cm. Mas, por que me fez essa pergunta???